23/07/2021

Análise tumoral e biópsia líquida traçam perfil genético e direcionam tratamento com medicina personalizada

Todos os tipos de câncer têm uma característica em comum: são causados por alterações genéticas que acontecem no interior das células, levando a uma cadeia de reprodução anormal que resulta na doença. Com o avanço da ciência, a genética tem despontado como grande aliada no tratamento oncológico, proporcionando a realização de uma medicina cada vez mais personalizada. Ao compreender o perfil genético tumoral das células que estão causando o problema de saúde, é possível usar drogas-alvo mais específicas para o tratamento do câncer, oferecendo maior assertividade e aumento da chance de cura.

De acordo com geneticista molecular Meire Batistela, do laboratório Mantis Diagnósticos Avançados, a análise tumoral é realizada para verificar o perfil genético daquele tumor que é característico de cada pessoa, se tem alguma alteração genética que possibilite que se utilize algum medicamento específico para aquela alteração. “Ao identificar a alteração, saberemos se a pessoa irá responder ao tratamento feito com determinado medicamento (droga-alvo). É a era da medicina personalizada. Temos muitas drogas em estudo clínico que focam em um gene e uma via específica. Nos últimos anos os medicamentos estão sendo feitos para atuar em determinada linha do câncer e determinada mutação. A chance de o paciente responder à terapia é muito maior”, salienta.

Resultado da análise direciona tratamento

A equipe de geneticistas recebe a coleta tumoral – feita por biópsia ou após a cirurgia de retirada do tumor – e em seguida é realizado o sequenciamento dos genes, a partir do DNA e do RNA e por meio de tecnologia de sequenciamento de próxima geração (NGS). Esses dados de sequenciamento passam por uma análise que, ao comparar o DNA/RNA do tumor com o DNA de referência, identifica variantes genéticas, faz a seleção das variantes mais relevantes e envia os dados para análise da plataforma. O resultado de todo esse processo é a possível indicação de medicamentos ou tratamentos.

“No entanto, quando não é possível realizar a análise no próprio tumor, devido a uma metástase, por exemplo, a alternativa é a biópsia líquida, dessa maneira é possível analisar na circulação os fragmentos daquele tumor que estão sendo liberados na corrente sanguínea com todas as alterações. Mesmo quando o resultado é negativo, é necessário esperar um período para realizar novamente o teste via biópsia líquida. É um exame pontual e resultados negativos não excluem a possibilidade de alteração no tumor”, finaliza Meire Batistela.

 

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