01/12/2021

Quantificação dos linfócitos T é fundamental para portadores de HIV

O Dia Mundial de Luta Contra Aids é comemorado em 1º de dezembro. Mas não há muito o que se comemorar. Um documento lançado em outubro pelo Unaids, programa das Nações Unidas concebido em 1996 e que tem a função de criar soluções e ajudar nações no combate à AIDS, destaca a necessidade urgente de acabar com as desigualdades que impulsionam a AIDS e outras pandemias ao redor do mundo. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que sem uma ação ousada contra as desigualdades, o mundo corre o risco de um retorno do HIV, bem como de uma pandemia prolongada de Covid-19.
Estatísticas do Unaids indicam que 37,6 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV no mundo em 2020. Sendo 1,5 milhão de pessoas infectadas recentemente por HIV. No Brasil, segundo dados oficiais do governo, existem atualmente cerca de 920 mil pessoas vivendo com HIV. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018 eram 593.594 pessoas em tratamento.
A AIDS é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). O vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, e as células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Avaliação para uso ou não de terapia retroviral
A biomédica e especialista em hematologia Diana Araújo C. Kluck, do Mantis Diagnósticos Avançados, explica que durante o tratamento o paciente é acompanhado pela realização da quantificação de carga viral e Linfócitos T CD4/CD8, ambos os exames sem restrições, mas que devem ser requisitados pelo médico infectologista. “Realizamos aqui no laboratório do Mantis a Quantificação de CD4/CD8, ou seja, durante o exame, as principais células da resposta imunológica adaptativa analisadas são os linfócitos T auxiliares (CD4+) e os linfócitos T citotóxicos (CD8+)”, cita.
Na infecção pelo HIV, o vírus faz uma alteração no DNA da célula T CD4+ para criar cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção, levando a uma perda de linfócitos T CD4+ no indivíduo. Essa perda de linfócitos T CD4+ diminui funções efetoras (fixação ao complemento) e reguladoras imunológicas, gerando uma imunodeficiência. “A avaliação dessas células em pacientes HIV+ define o estágio da disfunção do sistema imunológico e a necessidade ou não de terapia antirretroviral para o paciente”, aponta a biomédica.
Tecnologia a favor do paciente
Para a realização do exame de quantificação de linfócitos T é utilizado um aparelho chamado Citômetro de Fluxo, usado em inúmeras aplicações, tanto na área das doenças benignas quanto malignas, além da pesquisa básica e clínica. Na área clínica, é aplicado no monitoramento da Imunodeficiência Adquirida (Aids), além do diagnóstico das leucemias agudas, linfomas, mieloma múltiplo, estudo da Doença Residual Mínima (DRM), Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), Imunodeficiência Combinada Severa (SCID), Quantificação das Células-Tronco Hematopoéticas, Viabilidade Celular, Diagnóstico de Plaquetopenias Hereditárias, além de outros, por exemplo.
Segundo a biomédica, para a quantificação das células T, uma amostra do sangue periférico do paciente é colhida, previamente marcada com anticorpos mononucleares específicos, e então é colocada no Citômetro de Fluxo, que conta, identifica e classifica as células em suspensão através de um meio líquido em fluxo, permitindo a análise de vários parâmetros simultaneamente. “O resultado do exame, com uso dessa tecnologia, permite ao médico a realização de uma melhor avaliação e acompanhamento na evolução do paciente.”

 

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