08/12/2017

Doutor, meu câncer pode ser hereditário?

Estudos mostram que o câncer é uma doença do DNA da célula e algumas vezes a mutação pode passar pela família causando tumores hereditários. Se considerarmos todos os tipos de câncer, em 90% dos casos são causados pelo desgaste do DNA pelo envelhecimento, hábitos de risco e por exposição ambiental a produtos tóxicos; nesse caso são apenas casos isolados na família, o que chamamos de câncer esporádico. Já em 10% dos casos uma mutação no DNA da célula pode ser transmitida por diversas gerações, representando o que chamamos de câncer hereditário. O oncogeneticista, Dr. José Cláudio Casali, conta que é fundamental que as pessoas sempre busquem conhecer o histórico familiar. “Quando existem vários parentes que já tiveram câncer, deve-se buscar um geneticista para que ele realize o mapeamento genético, possibilitando descobrir as chances de a pessoa desenvolver algum tumor.”

Quando o resultado de um teste de DNA é positivo, a pessoa tem grandes chances de desenvolver algum tumor e a prevenção mais intensa é a principal arma contra o câncer. Já em testes que dão negativo, as chances de ser diagnosticado com câncer diminuem e a prevenção recomendada para a população é suficiente. Somente após a análise dos resultados é que será possível fazer uma prevenção personalizada com um programa guiado para os riscos com a realização de exames mais sofisticados e com maior frequência. “Os traços genéticos são democráticos, pois atingem a todos, pobres e ricos e pessoas de qualquer raça. O geneticista vai mostrar o risco real e o que deve ser feito para prevenir e evitar repetir o histórico de câncer da família”, ressalta.

No entanto, uma das principais formas de se prevenir o desenvolvimento de algum tipo de tumor é manter hábitos de vida saudáveis. Dr. Casali explica que o estilo de vida faz alterações no DNA e que esses processos podem influenciar a função do gene, sendo conhecidos como epigenética. “Um DNA pode dar um nó e não funcionar normalmente. É o mesmo efeito de ter uma mutação genética. Cada um é responsável pelas decisões da vida. Temos o livre-arbítrio. Você tem a opção de fazer exercícios ou não, ser feliz ou não, todos esses fatores externos influenciam o nosso DNA quimicamente”, adverte o oncogeneticista.

A meditação, a ioga e a prática de exercícios físicos regulares são importantes para criar hábitos saudáveis e que possibilitam o início de um processo para que o corpo se fortaleça e não adoeça. “A medicina do século passado era focada em curar quando o problema existia. Hoje o conceito é a prevenção, procurar um médico antes de acontecer. Com o teste genético, vamos trabalhando o consciente das pessoas para efetivamente evitar que o problema aconteça. A principal orientação é ficar atento aos sinais (doenças) da família e ter uma vida saudável, para poder introduzir mudanças no estilo de vida favoráveis para o corpo”, conclui.

 

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